quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Da Ética do Profissional Intérprete



5) Todo o intérprete deverá sempre usar o bom senso, de um alto caráter moral e de ética em sua atuação profissional.
6) Uma postura Ética e profissionalmente aceita sempre quando atuando, essa deve ser a atitude do intérprete. Isto quer dizer:

a) Ser imparcial: o quanto mais imparcial melhor. Não poderá emitir opiniões ou comentários no que ele próprio está interpretando, a não ser que perguntem sua opinião. O intérprete deverá ter tão somente o cuidado de passar a informação para LIBRAS e/ou Português. Não é ele que está falando. Ele é apenas a ponte de ligação entre os dois lados.
b) Ser discreto em sua forma de atuar. Não mastigar chicletes nem usar roupas e adereços que distraem os que dependem dele não chamando a atenção para si mesmo dificultando a interpretação.
c) Ter postura quanto ao local da atuação. Não sentar em cima de uma mesa, ou escorar-se em parede para traduzir ou ficar em uma posição desvantajosa para o surdo ou para o ouvinte. Se não souber, pergunte ao surdo. Ele é nosso cliente e sua opinião deverá sempre ser consultada.
Ser fiel tanto em LIBRAS quanto no Português, quanto ao uso. Isto é, conhecer bem a ambas e usar a estrutura gramatical própria de cada uma. Não criar ou inventar sinais. Usar os sinais da comunidade surda local e perguntar se o nivel de interpretação está bom e claro para todos.
e) Espaço: o intérprete deve providenciar as adaptações necessárias no espaço para que a percepção visual seja adequada.

O que é possível fazer? Caso tenha esta carência do profissional




a) investigação sobre todos os serviços de intérpretes existentes oficiais e extra-oficiais;
b) criação de leis sobre o direito ao serviço de intérprete reivindicando que a sociedade assuma a responsabilidade desses serviços;

c) reconhecimento da profissão de intérprete;
d) realização de pesquisas sobre interpretação e as condições de trabalho dos intérpretes;
e) formação sistemática para os intérpretes;
f) aumento de cursos de línguas de sinais;
g) criação de programas para a formação de novos intérpretes;
h) cursos que orientem aos surdos como e quando usarem os serviços do intérprete.

O que acontece quando há carência de profissional intérpretes?


Quando há carência de intérpretes de língua de sinais, a interação entre surdos e pessoas que desconhecem a língua de sinais fica prejudicada. As implicações disso são, pelo menos, as seguintes:
a) os surdos não participam de vários tipos de atividades (sociais, educacionais, culturais e políticas);
b) os surdos não conseguem avançar em termos educacionais;
c) os surdos ficam desmotivados a participarem de encontros, reuniões, etc.
d) os surdos não têm acesso às discussões e informações veiculadas na língua falada sendo, portanto, excluído da interação social, cultural e política sem direito ao exercício de sua cidadania;
e) os surdos não se fazem "ouvir";
f) os ouvintes que não dominam a língua de sinais não conseguem se
comunicar com os surdos.



 

Qual o papel do intérprete?

Conforme o livro "Tradutor e Intérprete de Língua Brasileira de Sinais e Língua Portuguesa" (Programa Nacional de  Apoio à Educação de Surdos) MEC - Brasília 2004....



O papel do INTÉRPRETE é realizar a interpretação da lingua falada para língua sinalizada e vice-versa observando os seguintes preceitos éticos:

a) confiabilidade (sigilo profissional)
b) imparcialidade (o intérprete deve ser neutro e não interferir com opiniões próprias);
c) discrição (o intérprete deve estabelecer limites no seu envolvimento durante a atuação);

d) distância profissional (o profissional intérprete e sua vida pessoal são separados);
e) fidelidade (a interpretação deve ser fiel, o intérprete não pode alterar a informação por querer ajudar ou ter opiniões a respeito de algum assunto, o objetivo da interpretação é passar o que realmente foi dito).


segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Algo Para refletir

Conforme Livro: Autora ANA PAULA SANTANA "SURDEZ E LINGUAGEM"

O diagnóstico da surdez traz, junto com ele os pré-construídos culturais em relação ao "ser surdo": impossibilidade de falar, de aprender, falta de inteligencia, insucesso na escola, incapacidade de conseguir um bom emprego, etc. Quando uma família ouvinte descobre que o filho é surdo, tem de fazer escolhas: se realizará a cirurgia de implante coclear, se aprenderá a lingua de sinais, se comprará um aparelho auditivo, se submeterá o filho a terapia fonoaudiológica, se irá colocá-lo em uma escola regular ou especial..... ALGO A DISCUTIR!!! Vamos debater!!!